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DYL PIRES
( BRASIL – MARANHÃO )
Dyl Pires é ator, poeta.
Graduado em teatro pela Universidade Federal do Maranhão. Mora há quase 10 anos em São Paulo.
Trabalhou nos espetáculos: Viva El Rei D. Sebastião, Paixão Segundo nós, Morte e Vida Severina, Nós, o fragmento que nos resta, Auto de Natal e Auto do boi (todos em São Luís); em SP, atuou pela Cia Os Satyros durante 6 anos nas montagens de: Roberto Zucco, Satyricon, Édipo na Praça, Edifício London, Não saberás e Não vencerás.
Trabalhou ainda na encenação de Você está livre, com a Cia Teatro sem Censura. Recentemente fundou com os atores Katia Calsavara, Tadeu Ibarra e Vanessa Guillen, a Abominável Companhia, que está em cartaz com o espetáculo Subterrâneo. Tem publicado 3 livros de poesia: “O círculo das pálpebras”, “O perdedor de tempo” e “O torcedor”. Dia 8 de abril lançará “Éguas” (Pitomba!) no Chico Discos.
SUPLEMENTO CULTURAL & LITERARIO JP Guesa Errante ANUÁRIO. São Luís (MA), n. 5 – p. 1-129, 2007.
Ex. bibl. de Antonio Miranda
NÃO HÁ MEADA, SÓ O FIO
deixo para trás o peso dos dias enferrujados e mergulho
calmo nas têmporas
da poeta
consumido nas asas subterrâneas por desejos decapitados
pela correnteza
do
gozo
capto o zumbido do mistério impreciso
reminiscências insustentáveis me enclausuram em
vertiginosas sensações
sua mudez lapida a cor do tempo no ser onde estou
envergado
quando a memória da leveza pousa no tumulto
que irá repousar sobre o nó dos próprios tentáculos
estou inundado pelo ouro líquido de seu âmago
na ressurreição do aço e osso em mim
erguido das eternas curvas do desamparo para o além olho
sobre o qual pesa todo o tremor
da carne
(p. 43)
PLANGER
na cor acesa
do inexpressivo
concebo um coração
de curvas
póstumas
saciando o despedaçado sentido
entranhado
entre dois
corpos
um impulso secreto
no cego pulsar
busca na face noviça
o ancoradouro das máscaras dos séculos
línguas de fogo crepitando
na boca
íntima
do mistério se penetram
algemadas no próprio espanto
na cor acesa
do inexpressivo
os olhos
são um belo par de murmúrios
revelando
o avesso fundo da criatura
a carne prenhe de uma sina obscura.
(p. 55
(PIRES, Dyl. Círculo das Pálpebras. São Luís: Edições FUNC, 1999).
DO DESASSOSSEGO
Há dias em que o desassossego
É um enigma insuspeito
Sorrateiramente esticando-se
Na agoniada noite da carne
(O Perdedor de Tempo, inédito, 2007)
DA VELHICE
A breve infância sempre foi
Um inaugural coice de espanto e prazer
Agora retorna como o cavalo manco da eternidade.
( O Perdedor de Tempo, inédito, 2007)
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Página publicada em março de 2024.
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